Postagem em destaque

Planilha Básica para Investimento em Ações

Para um melhor desempenho do investidor em ações na Bolsa de Valores é primordial saber se está ganhando ou perdendo dinheiro e, para is...

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Brasileiros perderam 30% dos seus patrimônios desde 2011

Alexandre Versignassi, autor do livro “Crash: Uma Breve História da Economia”, que citei no último post, escreveu um artigo muito interessante sobre a perda do patrimônio médio do brasileiro que, segundo o relatório do Credit Suisse, de 2011 até hoje, caiu de R$ 90 mil para R$ 60 mil.
Chama muito atenção no artigo a revelação do pequeno patrimônio acumulado pelo "brasileiro médio", apenas R$ 12 mil.

Vejam:
Por Alexandre Versignassi, da Superinteressante
O que o relatório da Oxfam, baseado no do Credit Suisse, tem a dizer você já sabe há uns dias: só oito bilionários do topo do ranking possuem tanta riqueza quanto a metade mais pobre do mundo, composta por 3,6 bilhões de indivíduos. Então quero falar sobre alguns dados menos populares do relatório – os que estão no capítulo sobre o Brasil.
Então quero falar sobre alguns dados menos populares do relatório – os que estão no capítulo sobre o Brasil.
Ali diz que a riqueza média por adulto no nosso país era de US$ 8 mil no ano 2000. Nesse caso não é salário. É patrimônio mesmo.
Como eles não têm como saber quantos carros ou quantas cuecas vc tem, “patrimônio” no relatório é imóvel e poupança financeira.
Bom, de 2000 para 2011, o patrimônio médio do brasileiro subiu de US$ 8 mil para para US$ 27 mil – ou seja, de R$ 25 mil para R$ 90 mil em valores de hoje.
Mas de lá para cá as coisas mudaram de figura: os R$ 90 mil por adulto caíram para R$ 60 mil. Um terço da riqueza média dos brasileiros, segundo o relatório do Credit Suisse, foi para o espaço nos últimos 6 anos.
No Chile, outro país que depende da exportação de commodities, e que, portanto, também sofreu com a recessão global do início desta década, o patrimônio médio por adulto é de R$ 150 mil. 10% a mais do que em 2011, o ano zero da nossa derrocada.
O relatório traz uma luz para as desigualdades daqui também. Por exemplo. Enquanto o patrimônio médio está em R$ 60 mil, o patrimônio do brasileiro médio é bem menor: R$ 12 mil.
A diferença é a seguinte: patrimônio médio é aquela coisa. Pega o seu patrimônio, o do Abílio Diniz, e divide: vai dar coisa US$ 1 bilhão – o que não diz nada sobre a desigualdade patrimonial entre vocês dois.
É para isso, então, que existe o cálculo do “brasileiro médio”. Funciona assim: se o Brasil tivesse 100 habitantes, e todos estivessem em fila, do maior até o menor patrimônio, o sujeito número 50 da fila seria o “brasileiro médio”. Na fila do Brasil real, esse sujeito mediano tem um patrimônio não de R$ 60 mil, mas de R$ 12 mil.
Exato: o grosso da grana que puxa a média para cima está nas mãos dos nossos 172 mil milionários (os brasileiros com patrimônio acima de um milhão de dólares).
São poucos milionários em dólar, até. No Reino Unido, há mais de 2 milhões deles, para uma população que não dá metade da nossa. E, mesmo assim, a diferença entre o patrimônio médio do britânico e o patrimônio do britânico médio é relativamente baixa: US$ 288 mil de média, contra US$ 108 mil do mediano.
Este, porém, é um problema clássico do Brasil. A novidade mesmo foi o pós-2011: conseguimos piorar o que já era péssimo.
Este conteúdo foi originalmente publicado no site da revista Superinteressante.

8 comentários:

  1. Eu li esse relatório, é estarrecedor, uma prova irrefutável de que o brasileiro não possui mesmo educação financeira.

    E, no mesmo período, apesar da queda relatada, o número de milionários aumentou.

    Abraço!

    http://www.antipoda.com.br/

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Maurício, obrigado pela visita.
      Muito preocupante mesmo.
      Espero que, no futuro, nós que somos previdentes, não sejamos castigados para socorrer esses imprevidentes.

      Excluir
  2. Aroldo,
    Interessante como é grande a diferença entre a média e a mediana no Brasil. Acho que é fruto da desigualdade forte daqui.
    Chega a ser assustador que o brasileiro médio tem só R$ 12 mil, considerando imóveis. Praticamente não existe colchão de liquidez para a grande maioria da população.

    Aproveitando, eu adicionei seu blog à minha lista.
    Agradeço se puder fazer o mesmo.

    Abraço.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. KB, obrigado pela visita.
      É muito assustador mesmo, mas imagine que hoje somos um país jovem e com uma baixa taxa de natalidade e projete isso para o futuro: teremos uma imensa população envelhecida e miserável.
      Seu Blog foi adicionado,
      Grande abraço.

      Excluir
  3. Mas neste período o PIB subiu, par aonde está indo o dinheiro? Tudo bem, já sabemos que o povo não poupa, mas compra carro e outras coisas. Os grande industriais devem estar embolsando parte deste dinheiro, os bancos também através de juros de cartão de crédito e outras coisas. Para algum lugar o dinheiro está indo...
    Abraço

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Grande Uó,
      É um grande mistério mesmo. Mas, a impressão que se tinha é que as pessoas, nesse período, estavam mais preocupadas em consumir do que em economizar.
      Agora, com essa crise, o que não era bom ficará ainda pior.
      Grande abraço

      Excluir
    2. O ser humano nasceu para consumir, não tem como se livrar disto. A diferença é que nós aqui da blogosfera consumismos ações e cotas de FIIs, rs. Mas já pensou ficar uma vida toda sem consumir nada? Seria um tédio.
      Abraço!

      Excluir
  4. Meu amigo, parabéns pela postagem! Gostei de ler! O fato é que nosso povo não tem a cultura da poupança e este país não incentiva o empreendedor. Um colega me falou que o empreendedor no Brasil dorme igual um bebê - acorda de 2 em 2 horas chorando.

    não se incentiva a poupança, o governo só faz merda, e se pergunta porque o barco não vai

    ResponderExcluir