O principal problema da bolsa
de valores brasileira, na minha humilde opinião, é a alta taxa de juros praticada no
Brasil. Os investidores pessoa-física que investem suas economias na bolsa de
valores são desbravadores, uma vez que poderiam ter uma renda garantida com
juros reais muito elevados - se comparado com o mundo civilizado - mantidos pelo
Banco Central. Mudar essa política é mexer num vespeiro de rentistas que nem
sonha em aplicar na renda variável.
O artigo do ex-ministro Luiz Carlos Bresser Pereira esclarece esse tema, veja abaixo.
A Alemanha e os rentistas de classe média
Luiz Carlos Bresser Pereira
Li hoje no Wall Street Journal uma notícia muito interessante. A classe média alemã está furiosa com o presidente do Banco Central Europeu porque este tornou a taxa de juros básica negativa. Como essa classe média vota no partido conservador (democrata-cristão) hoje no governo, seus políticos estão também inconformados com a política de Mario Draghi - que certamente é a política correta, dado o baixo crescimento da Zona do Euro e taxa de inflação próxima de zero.
Para nós, brasileiros, esta notícia é muito significativa. Desde o Plano Real, os brasileiros pagam a uma parte deles - os rentistas - cerca de 6% do PIB, porque o Banco Central realiza sua política monetária em torno de uma taxa de juros real muito alta - cerca de 6% - enquanto hoje nos países ricos essa taxa é negativa, e nos países em desenvolvimento, gira em torno de 2%.
Por que os contribuintes pagam esses juros extorsivos? Os economistas liberais dizem sempre que isto se deve à falta de crédito do Estado, que decorreria de irresponsabilidade fiscal. Não é verdade. Entre 1999 e 2012 o Estado brasileiro foi responsável no plano fiscal.
Eu digo há muito que o problema é político. Que o Banco Central mantém uma taxa de juros real tão alta devido aos interesses dos rentistas e dos financistas que administram a riqueza dos primeiros. E que esses rentistas não são apenas os muito ricos. Há uma grande classe média rentista, que está muito satisfeita com os juros altos. Mais do que isso, exige que os juros sejam altos.
Isto ficou muito claro em 2012, quando a presidente Dilma Rousseff logrou baixar os juros para 2% reais. A meu ver foi esse o fato principal que fez a classe média tradicional se voltar contra ela, e sua popularidade cair verticalmente em 2013.
Quando faço essa afirmação, os liberal-conservadores dizem que estou caindo no erro da "teoria da conspiração". Não estou. A notícia que vem da Alemanha confirma o que venho afirmando.
O artigo do ex-ministro Luiz Carlos Bresser Pereira esclarece esse tema, veja abaixo.
A Alemanha e os rentistas de classe média
Luiz Carlos Bresser Pereira
Li hoje no Wall Street Journal uma notícia muito interessante. A classe média alemã está furiosa com o presidente do Banco Central Europeu porque este tornou a taxa de juros básica negativa. Como essa classe média vota no partido conservador (democrata-cristão) hoje no governo, seus políticos estão também inconformados com a política de Mario Draghi - que certamente é a política correta, dado o baixo crescimento da Zona do Euro e taxa de inflação próxima de zero.
Para nós, brasileiros, esta notícia é muito significativa. Desde o Plano Real, os brasileiros pagam a uma parte deles - os rentistas - cerca de 6% do PIB, porque o Banco Central realiza sua política monetária em torno de uma taxa de juros real muito alta - cerca de 6% - enquanto hoje nos países ricos essa taxa é negativa, e nos países em desenvolvimento, gira em torno de 2%.
Por que os contribuintes pagam esses juros extorsivos? Os economistas liberais dizem sempre que isto se deve à falta de crédito do Estado, que decorreria de irresponsabilidade fiscal. Não é verdade. Entre 1999 e 2012 o Estado brasileiro foi responsável no plano fiscal.
Eu digo há muito que o problema é político. Que o Banco Central mantém uma taxa de juros real tão alta devido aos interesses dos rentistas e dos financistas que administram a riqueza dos primeiros. E que esses rentistas não são apenas os muito ricos. Há uma grande classe média rentista, que está muito satisfeita com os juros altos. Mais do que isso, exige que os juros sejam altos.
Isto ficou muito claro em 2012, quando a presidente Dilma Rousseff logrou baixar os juros para 2% reais. A meu ver foi esse o fato principal que fez a classe média tradicional se voltar contra ela, e sua popularidade cair verticalmente em 2013.
Quando faço essa afirmação, os liberal-conservadores dizem que estou caindo no erro da "teoria da conspiração". Não estou. A notícia que vem da Alemanha confirma o que venho afirmando.
Sou da classe média e te garanto que quero a derrubada da DIABA por vários motivos, menos por ela ter derrubado juros.
ResponderExcluirAbraço!
Cara nada a ver...a inflação disparou no período e ficou abaixo da taxa de juros somente porque o governo administrava os preços. Se a inflação não fosse contida pelo governo,esses 2% que você mencionou teria sido 0% ou negativa. O governo reverteu isso porque viu que era insustentável. Somo o pais do juro alto, pois somos o pais da inflação.
ResponderExcluirEssa é a ideia vendida de que se deve aumentar juros para combater a inflação, se isso fosse verdade, nesse momento haveria deflação. Juros altos encarece o crédito e cria recessão.
ExcluirÉ claro que existe uma relação entre a taxa de juros e a inflação. Veja que o FED, por exemplo, não quer aumentar a taxa de juros enquanto não a inflação não atingir 2%. Obviamente a inflação não depende somente da taxa de juros, porém essa é a única variável de controle utilizada no Brasil para conter a inflação visto que o controle dos gastos públicos é uma bosta, como você pode ver com Dilma.
ExcluirJuros altos não é bom para economia. Juros altos é boma apenas para os rentistas e para os bancos.
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